Se você já está no ponto de buscar por ferramentas para fazer simulação de financiamento, então este artigo vai ajudar muito a entender uma das principais armadilhas psicológicas envolvidas. Vale a pena uma leitura e reflexão cuidadosa para entender mais sobre os benefícios do coaching financeiro.

O mercado brasileiro tem milhares de opções de financiamento de veículos e isso nos leva a inúmeras perguntas como o cálculo de juros e a a simulação da proposta de financiamento.

Mas antes disso, é fundamental entendermos: quais são os condicionamentos mentais que temos em nossa relação com o dinheiro?

Dinheiro: raiz de todos os males?

Alguns de nós infelizmente crescemos em ambientes familiares onde era um grande tabu discutir sobre dinheiro em casa. E isso pode ter um reflexo direto muito negativo ao planejarmos grandes aquisições, como o da casa própria ou de um novo veículo.

Provérbios e ditados populares contra o enriquecimento

Existem vários ditados populares e frases famosas que condenam o dinheiro e que, se estiverem em nosso inconsciente por memórias de infância, ainda hoje podem causar grandes limitações no nosso uso consciente do dinheiro. Só para dar alguns exemplos:

– Dinheiro não traz felicidade
– Dinheiro é a raiz de todos os males
– É mais fácil um camelo passar no buraco da agulha do que um rico entrar para o reino dos céus
– É preciso dinheiro para fazer dinheiro
– Quem casa quer casa
– Quem compra terra não erra
– Dinheiro é sujo
– Como você pode querer tanto dinheiro enquanto tem tanta gente passando fome?
– O que que adianta ser rico se não vai levar nada no caixão?
– Só existe gente rica porque existe gente pobre
– Prefiro ser pobre e ser honesto
– Quem muito quer nada tem
– Pobre não é quem tem pouco, mas quem quer muito
– Se você tem de perguntar quanto custa, é porque não pode pagar

Esses são apenas alguns dos vários elementos que constituem a nossa bagagem cultural, nossa visão de mundo e nosso inconsciente. E até hoje podem afetar nossa vida financeira.

A crença limitadora inconsciente é sempre mais poderosa que nossas decisões racionais

Se você chegou até esse ponto do artigo, deve estar se perguntando o que esses ditados tem a ver com o financiamento que está pesquisando fazer para a aquisição de seu imóvel financiado ou automóvel pela concessionária.

Em meu trabalho de coaching financeiro, já vi muitos profissionais que tinham ótimos salários, mas que na metade de suas vidas ainda não haviam acumulado um patrimônio que permitisse ter uma segurança financeira. Uma dessas clientes me revelou seu salário, múltiplas vezes superior a do trabalhador brasileiro, e confessou que não tinha nem veículo ou imóvel próprio. E que estava pensando em finalmente partir para um financiamento (apesar de seu salário ser suficiente para, com um pouco de paciência, comprar à vista com um belo desconto).

Quando passamos a fazer o trabalho no coaching financeiro A Classe Alta, descobrimos que ela tinha muitas dessas crenças limitadoras sobre dinheiro profundamente enraizadas, visto que sua família não teve educação financeira e repetia muitos desses ditados sem uma reflexão.

Ganhando muito dinheiro… e cada vez mais infeliz

O resultado? Ela ganhava bem, porém se sentia mal. Seus valores de infância diziam que se ela estivesse enriquecendo, havia outras pessoas que estavam empobrecendo. E a forma de evitar isso era sempre gastar assim que a conta corrente tinha algum saldo disponível (nunca na cabeça dela sequer passou a possibilidade de investir em Tesouro Direto, fundos multimercado, CDB, ETFs, fundos imobiliários, fazer alocação de ativos… ou mesmo deixar o dinheiro na Poupança, que é o produto financeiro ainda preferido dos brasileiros).

Chamamos esse tipo de gasto como o gasto de sabotagem que não tem um propósito principal de trazer qualidade de vida para um sonho importante, mas sim o gasto pelo gasto em supérfluos. O principal objetivo (ainda que oculto e inconsciente) era em não ter nenhum dinheiro acumulado e não se sentir culpada.

Somente depois de realizar esse trabalho de coaching é que ela entendeu qual era a relação emocional com o dinheiro e como proceder para ter uma nova visão de como isso estava limitando outros valores igualmente importantes para ela e para as pessoas que amava, como a segurança em poder sustentar as filhas no caso de acidentes e ter seu fundo de emergência e outras economias para planos maiores.

Conclusão: em alguns casos, o financiamento NÃO é a única, nem a melhor solução

No caso específico desta minha cliente, a melhor decisão foi eliminar os gastos de sabotagem que ela fazia. Depois de resolver esse relacionamento com o dinheiro, ela resolveu conhecer mais sobre o investimento em renda fixa e variável, realizou sua alocação de ativos e já está se preparando para realizar a compra de um apartamento na planta, com grande desconto, enquanto continua morando no aluguel atual.

Não estou insinuando que o seu caso deva ser parecido. Cada pessoa tem suas próprias prioridades e contexto e acho que é muito importante que cada pessoa determine suas estratégias para alcançar objetivos.

O questionamento que foi feito neste artigo é que o financiamento não é a única alternativa. Os bancos, concessionárias e construtoras querem nos forçar a entrar para o financiamento por saberem que o brasileiro geralmente não tem uma boa educação financeira e somente vai pensar em cada parcela isoladamente pelo famoso “será que dá pra pagar todo mês?”

Podemos ir muito além disso. Quero aproveitar para fazer um convite para que você continue descobrindo mais sobre como otimizar as suas finanças e lidar melhor com essas influências psicológicas que muitas vezes limitam nossa riqueza. Para saber mais, clique aqui.