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A Classe Alta

Para ficar rico com ações

Tags: Finanças
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Quando assistimos ao noticiário e a filmes do cinema, a impressão que dá é que se a gente souber a hora certa de comprar uma ação em baixa e vender na alta, podemos ter um ganho surpreendente e enriquecer rapidamente.


É simples dizer da boca pra fora: “compre na baixa e venda na alta”

Verdade. Se a gente compra uma ação a dez reais e vende a cem reais, o ganho foi de noventa reais (sendo sempre necessário levar em consideração as taxas de corretagem e impostos relacionados – nunca podemos deixar isso de lado).

Mas então a pergunta acaba sendo: como podemos fazer a análise correta para saber a hora certa de comprar e de vender? Será que a ação que a gente comprou a dez reais não poderia despencar pra três reais se a gente aguardar um pouco mais? Será que a ação que chegou a cem reais não pode valer mil reais dentro de alguns meses ou anos?

Compre ações de empresas vitoriosas para lucrar bastante

O Ricardo Amorim, apresentador do Manhattan Connection da Globonews e colunista da revista IstoÉ, já tuitou que quem preferiu comprar ações da Apple em abril de 2010 ao invés do iPad que havia sido lançado pela primeira vez em 2010 poderia ter um enorme lucro: as ações da Apple se valorizaram entre 2010 a 2012 de forma que as ações do valor do primeiro iPad valiam mais do que três iPads do modelo de 2012.

É verdade. Esse brilhante comentário da valorização das ações é uma forma muito boa para trazer para o povo a ideia de que vale a pena ter visão de longo prazo e saber investir.

Mas por outro lado é fácil a gente dizer isso depois que a empresa deu certo, né? Quantas outras empresas ficaram estagnadas ou se desvalorizaram nesse período?

O brasileiro tem dificuldades em comprar ações de empresas americanas

Esqueça a ideia de comprar ações da Apple, do Facebook ou qualquer ação americana direto na bolsa dos Estados Unidos. É complicado demais. Você precisa de abrir conta no país onde a ação é negociada (sim, uma conta nos EUA) através de um banco que preferencialmente tenha presença tanto no Brasil como no exterior.

É necessário entregar um monte de documento, responder a várias perguntas burocráticas e explicar em detalhes qual é a origem de todo o dinheiro remetido ao exterior. Daí o banco vai fazer uma análise na área de compliance para evitar lavagem de dinheiro ou remessas ilegais.

Depois da abertura da conta no banco, será necessário abrir mais uma conta, porém na corretora que pode ou não estar atrelada a um banco. Existem exigências de renda mínima para aplicações. Não é algo para amadores.

Se mesmo essa burocracia toda (que envolve tempo e, portanto, dinheiro) não for motivo para desistir, agora vem mais um argumento para evitarmos querer comprar ações no exterior: o câmbio. Como todo mundo sabe, o câmbio varia muito: qualquer pessoa que já teve que trocar dinheiro em uma viagem já sabe que se você faz o câmbio pela cotação desfavorável, perde muito dinheiro.

Agora imagine trocar os reais para dólar para fazer o investimento… e depois ter que trocar de volta para real para trazer o lucro de volta ao Brasil. As instituições financeiras envolvidas tem muito poder na negociação (a gente não tem escolha) e portanto vamos perder feio tanto no primeiro câmbio como no segundo. A empresa tem que se valorizar muito para compensar essas perdas.

Ainda acha que vale a pena? Vem mais uma pedrada: os tributos. O imposto de renda sobre operações feitas no exterior é alto e precisa de mais burocracia, pelo carnê leão. Na primeira vez que os nossos dólares são remetidos aos Estados Unidos para comprar a ação temos o imposto de renda sobre o montante de ganho (ou de perda) com a ação, mais sobre a variação cambial. E se a gente decide reinvestir esse dinheiro que já foi remetido, daí pagamos IR “apenas” sobre o lucro.

No Brasil, existe a possibilidade de negociar algumas ações como Apple, Google, Bank of America, Avon, WalMart, Exxon, McDonalds e Pfizer, porém só para quem é uma instituição com muito dinheiro. Nós, pessoa física, ainda temos que aguardar muito para ter essa facilidade sem as burocracias listadas acima.

Mas por que o brasileiro quer comprar ações de empresas americanas?

Esse é um grande erro que faz parte da psicologia dos investimentos. O investimento tem que ser lucrativo: não precisa ser bacana. Tem gente que acha que ter ação de uma empresa dessas é ser descolado, sofisticado, moderno…

Quem deseja comprar ações do Google, Facebook, Amazon ou Apple geralmente não entende nada de investimentos e escutou histórias de que o valor dessas ações se multiplicou ao longo dos anos… mas ignora que no Brasil nós temos ações que também se multiplicaram de valor… e inclusive em muitos anos superaram o crescimento da bolsa americana.

Além de investir na bolsa brasileira, existem também as estratégias de alocação de ativos que permitem aumentar o lucro e diminuir o stress. Você define a sua estratégia, vai fazendo as compras de títulos de baixo risco e alta rentabilidade e, de tempos em tempos, vai balanceando os valores investidos. É simples, é lucrativo. Pode não ser tão “bacana” como dizer que tem ações da Apple, mas pode trazer mais dinheiro (é isso o que o investidor quer, não é?) e com menos trabalho e burocracia.

Os comentários que a gente fica vendo em televisão e cinema são obviamente exagerados e apresentados sob a ótica mais sensacionalista possível para ter audiência e IBOPE. A televisão sabe que falar de ações brasileiras “pouco descoladas” que trabalham com minérios é algo menos palatável do que falar de alta da Apple ou do Facebook, que são empresas cujos produtos encantam o público e fazem parte do dia a dia de muitas pessoas.

Aprenda a diferenciar os exageros da mídia do que realmente traz enriquecimento

Para dissipar um pouco dos conceitos errados que a gente vê em jornais “sérios” e outras mídias feitas para o povão, criamos o programa de coaching financeiro A Classe Alta, que tem entrevistas e aulas com os maiores especialistas de finanças do Brasil – você pode saber mais clicando aqui. Espero que você possa conhecer mais e continuar a fortalecer suas habilidades com investimentos de forma segura e inteligente!

Sobre Seiiti Arata

Seiiti Arata é fundador da Arata Academy e autor do curso de enriquecimento financeiro A Classe Alta. Suas melhores orientações para produtividade pessoal foram condensadas no curso Produtividade Ninja. É também autor do curso de carreira profissional Duplique Seu Salário e no treinamento em empreendedorismo EmpreDig. Suas técnicas de aprendizado estão condensadas no curso Como Aprender Mais Rápido.

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