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A Classe Alta

Cuidados a tomar com o investimento em CDB

Tags: Finanças

Apesar das recomendações de muitos gerentes de banco, nem sempre o CDB é uma boa escolha – descubra neste artigo quais são os motivos.

O que é o CDB e como funciona?

O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título privado. Diferente do investimento em Tesouro Direto, que é garantido pelo governo e portanto tem baixíssimo risco, o CDB é um título emitido exclusivamente pelo banco.

Em outras palavras, você está emprestando dinheiro ao banco. O banco promete que vai pagar o valor de volta, com juros.

Qualquer banco pode quebrar

Porém, existe uma chance de que isso não aconteça. E não é maluquice ou paranóia: no Brasil já tivemos os casos das quebras de bancos como Nacional, Econômico, Mercantil de Pernambuco, Banorte e Bamerindus. Para quem é mais jovem, esses eram bancos muito grandes e respeitados, pois gerenciavam bem as suas marcas, fazendo propagandas em televisão e com reputação de solidez.

Cuidado com o CDB
Será que o banco é sólido? Ui!

Para quem ainda não está convencido, o Globo.com relata que mais de 380 bancos quebraram nos Estados Unidos em um prazo de três anos. Incluindo nomes de altíssima reputação, como o Lehman Brothers.

Em outras palavras, mesmo instituições grandes e cujas marcas aparecem em todos os cantos, como o Bradesco e Itaú, estão sujeitas à falência. E não é muito difícil de algo assim acontecer pelos próximos anos, já que os mercados são muito dinâmicos. Difícil mesmo é ver um banco sobreviver durante décadas sem cometer erros.

O amigo Guilherme, do excelente blog Valores Reais, escreveu um ótimo texto sobre o que pode acontecer numa quebra do banco onde temos o CDB aplicado.

Basicamente, existe uma garantia adicional para o brasileiro que decida investir em CDB, empresando seu suado dinheiro a um banco. No caso desse banco quebrar e não conseguir honrar seus compromissos, existe uma cobertura de até 70 mil reais que é dada pelo FGC, o Fundo Garantidor de Créditos.

Não é objetivo deste artigo deixar as coisas muito complicadas, mas não é necessário ser economista para entender algo óbvio: o dinheiro dos cofres do tal FGC também é limitado. No caso de uma quebra grande, é possível que não exista dinheiro suficiente para cobrir todo mundo (fonte: Valor Econômico)

Então é arriscado demais investir em CDB?

Não é isso. Nem oito, nem oitenta. Quando a gente compara o risco de um banco quebrar e, portanto, não conseguir honrar o CDB com um fracasso também do FGC, isso é bem difícil. Existem outros investimentos ainda mais arriscados.

Nenhum investimento é livre de riscos. Mas com a educação financeira, que oferecemos no nosso curso de coaching financeiro A Classe Alta, podemos compreender melhor cada um desses riscos e melhor gerenciar nossos investimentos. Clique aqui para saber mais.

Outras considerações importantes sobre o CDB

A rentabilidade do CDB é sempre uma porcentagem do CDI. Para saber quanto é o CDI, você pode verificar aqui qual é a Selic, já que esses valores são muito próximos.

Essa rentabilidade vai variar conforme o banco e conforme a quantidade de dinheiro que temos para investir. Para conseguir uma boa rentabilidade em um banco grande, temos que investir muito mais do que em um banco menor, que precisa de oferecer melhores condições para fechar negócios.

Dentro do universo da renda fixa, um grande “concorrente” do CDB é o Tesouro Direto, que também é de baixo risco, porém oferece rentabilidade superior. Porém, para investir em Tesouro Direto é necessário abrir conta em uma corretora para fazer a transferência de dinheiro e adquirir os títulos.

Como muitas pessoas ainda não se sentem confortáveis com esse processo, elas preferem a conveniência e (falsa) sensação de segurança adicional ao manter seu dinheiro dentro do ambiente do home banking. E o CDB está a poucos cliques de distância, enquanto o Tesouro Direto e opções mais sofisticadas de investimento necessitam de conta em uma corretora (agente de custódia).

O CDB de um banco maior (como o Itaú, HSBC, Banco do Brasil, Santander ou Bradesco) acaba sendo praticamente sempre menos rentável do que o de um banco menor (como o Sofisa, FICSA ou Panamericano). O motivo? Um banco grande já tem boa reputação e por isso é mais fácil de conseguir que alguém lhe empreste dinheiro através do CDB.

O banco menor, praticamente desconhecido, vai ter que apelar para conseguir algum dinheiro. E por isso oferece taxas superiores. Se você considera a cobertura de até 70 mil reais que o FGC oferece, seu risco de perda é bastante controlado. Sempre lembrando que o dinheiro vai precisar aparecer de algum lugar… e que, apesar da garantia, o processo de recuperação desse valor no caso de uma quebra do banco pode ser uma bela dor de cabeça e com muita burocracia e demora.

Para quem tem mais de 60 mil reais e deseja investir em CDB

A primeira dica é saber diversificar os investimentos e utilizar esse capital todo para investir em opções mais sofisticadas do que o CDB.

Dito isso, existe um ponto interessante que é nunca deixar seu investimento em CDB ultrapassar os 70 mil reais da garantia do FGC. A não ser que a sua análise de risco chegue à conclusão de que a rentabilidade maior oferecida para grandes valores compense o risco de estar fora da faixa do FGC.

Assim, investindo uns 60 mil já está de bom tamanho. Se houver um valor maior, vale a pena jogar em um outro CDB de outro banco, já que essa garantia é de 70 mil por CPF e por instituição financeira. Assim, o investidor pode deixar 60 mil no Sofisa e 10 mil (ou mais, até uns 60) no FICSA.

E os impostos a pagar pelo CDB?

Pois é. Tanto os tributos como a taxa de administração são aspectos que SEMPRE devem ser levados em consideração para pensar em qualquer investimento (além, logicamente, da inflação).

A tributação sobre o CDB vai caindo com o tempo: começa com um alto valor de 22,5% sobre os rendimentos (não sobre o valor investido!) até 180 dias após a aplicação e vai caindo para 15% sobre os rendimentos após 2 anos (720 dias) da aplicação.

Portanto, esse é um tipo de investimento que vale a pena para quem pode deixar o dinheiro no mínimo por dois anos sem mexer. Como tributação adicional, existe ainda IOF no caso do recurso ser retirado em menos de 30 dias, o que é mais um reforço para que esse investimento somente seja feito caso exista muita certeza de não precisarmos do dinheiro.

Vale a pena investir em CDB de banco grande?

Pessoalmente, acho que não. Se você tem menos de 40 mil reais, os grandes bancos estão oferecendo taxas muito baixas pelos motivos já explicados.

Se o interesse é rentabilidade, então é mais interessante buscar os bancos menores. Uma taxa razoável é de pelo menos 95% do CDI (bancos grandes por exemplo oferecem entre 80 a 90% do CDI).

Conheça a opinião de especialistas sobre o CDB

No nosso coaching financeiro, os maiores especialistas em finanças pessoais do país foram entrevistados para falar sobre CDB e outras opções mais interessantes de renda fixa e, obviamente, renda variável e também outras formas de fazer o dinheiro crescer, como o empreendedorismo. Clique aqui para saber mais detalhes.

Sobre Seiiti Arata

Seiiti Arata é fundador da Arata Academy e autor do curso de enriquecimento financeiro A Classe Alta. Suas melhores orientações para produtividade pessoal foram condensadas no curso Produtividade Ninja. É também autor do curso de carreira profissional Duplique Seu Salário e no treinamento em empreendedorismo EmpreDig. Suas técnicas de aprendizado estão condensadas no curso Como Aprender Mais Rápido.

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