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A Classe Alta

Investimentos melhores do que a poupança

Finanças

A caderneta de poupança praticamente não rende nada hoje em dia (quando fazemos o desconto da inflação). Existem investimentos em certas ações e em fundos imobiliários que trazem um rendimento de mais de 13% ao mês… ou mais. Temos que tomar os seguintes cuidados nessa análise:

Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura

Um dos grandes erros do jovem investidor é decidir fazer um investimento diferente e, na hora da abertura de conta na corretora ficar indeciso sobre qual seria a melhor opção: comprar ações individuais? Comprar ETFs? Investir em Tesouro Direto?

E para solucionar a dúvida, recorre a uma rápida busca na Internet (ou mesmo nas descrições de investimentos dentro do site da corretora) para descobrir quais foram as ações e títulos que mais renderam no mês passado. Esse é um raciocínio muito perigoso.

Para dar um exemplo: aprendi com meu amigo Henrique Carvalho que o fundo imobiliário HTMX11B, que foi o destaque do mês de fevereiro (com mais de 18% de rentabilidade) acabou caindo logo no mês seguinte: deu prejuízo de 5,18%

Em outras palavras, quem fica olhando quais são as melhores opções de investimento somente com olho no rendimento passado tem um risco de acabar fazendo uma péssima escolha. Por isso é que a gente recomenda que ao invés de querer encontrar qual é o melhor investimento que trará o maior retorno no topo do ranking de maiores rentabilidades, a gente faça uma boa alocação de ativos que permite ganhos de longo prazo.

Diferenças de rendimentos no longo prazo

Pois para quem está com boa educação financeira e com comprometimento a alcançar a liberdade financeira, já descobriu que a mágica dos juros compostos somente acontece depois de algumas décadas.

Somente para ilustrar, com o cálculo realizado com uso dessa ferramenta calculadora de juros compostos:

Se um investidor de 30 anos aplica 1000 reais em poupança e recebe 1% de rendimento real (juros menos a inflação), quando ele tiver 60 anos, esse investimento terá aumentado para R$ 1300. Ou seja, trezentos reais em 30 anos.

Se esse mesmo investidor escolher Tesouro Direto, com 5% de rentabilidade real (tirando imposto de renda e taxa de administração), esses 1000 reais aos 60 anos serão correspondentes a R$ 4321. Nada mau: o valor se multiplicou quatro vezes.

Agora, no caso de fundos imobiliários ou ações com 9% de rentabilidade real, esses mesmos 1000 reais depois de 30 anos se transformam em R$ 13267 – em outras palavras, ele multiplica 13 vezes.

Cuidados importantes para analisar esses investimentos e sua rentabilidade

Primeiramente, apesar da rentabilidade hipotética de 9% parecer bastante atraente, é importante lembrarmos que existe maior complexidade e imprevisibilidade no caso de fundos imobiliários (qual será o futuro daquele imóvel? Será que ele pode desmoronar, ser ocupado, ter uma desvalorização do bairro ou simplesmente mal conservado e administrado?) e ações (o que pode acontecer com as empresas e com a economia brasileira e a confiança na bolsa?)

Parecem perguntas paranóicas, mas em questão de três décadas, MUITA coisa pode mudar. Imagine como era o mundo 30 anos atrás: não havia nem mesmo Internet! Portanto, ao mencionarmos 9% de rendimentos, esse é um valor ilustrativo e ninguém deve contar com isso. Existem inclusive algumas ações que ocasionalmente apresentam valores inclusive superiores, mas geralmente acompanhadas de queda em meses seguintes.

(Só para apavorar os mais conservadores: os próprios bancos podem quebrar, como é de costume. Pense nos bancos de vinte anos atrás… muitos deles desapareceram, como o Econômico, Bamerindus… e o CDB, que é uma alternativa bastante querida dos brasileiros, nada mais é do que emprestar dinheiro ao banco. Quando o banco quebra, o CDB tem o risco de não ser pago. Existe uma garantia de até 70 mil reais pelo Fundo Garantidor de Crédito, mas não é uma boa ideia ficar dependendo disso, pois se a quebra for grande nem o FGC tem como ajudar)

Por essas e outras razões, o ideal é ter uma diversificação, fazendo a alocação de ativos. Podemos não ganhar sempre nos investimentos que mais renderam, mas na média estamos sempre tranquilos e progredindo. O importante é ter algum bom rendimento no longo prazo.

Os mesmos investimentos e seus rendimentos no curto prazo

Na primeira hipótese, o investidor de 30 anos deixa os seus mil reais na poupança por cinco anos (que realmente é um prazo pequeno quando a gente tem grandes planos): o resultado é 1051 reais. 51 reais de rendimento.

No caso de renda fixa com 5% de rendimentos anuais, esses mesmos 1000 reais se tornam 1276, o que também não é grande coisa (o dinheiro “cresceu” 20%)

E mesmo num cenário otimista de 9% com ações, que são de risco mais alto (ou os mesmos 9% com fundos imobiliários, que possuem risco menor), existe apenas 1538. Ou seja, também é um ganho irrisório, quando a gente compara com o primeiro cenário.

Moral da história: no curto prazo, tanto faz. Ninguém vai multiplicar investimento em pouco tempo.

O melhor investimento é aquele que você recebe juros decentes… durante várias décadas

Por causa disso, o elemento mais importante de todos é ter a capacidade de investir no longo prazo. Mesmo um produto financeiro com menor rentabilidade (o título público de 5%) apresenta muito mais rentabilidade após 30 anos do que ficar se descabelando para encontrar a ação que mais rende… e tirar o dinheiro depois de 5 anos.

No nosso exemplo, o investidor que deixou 1000 reais em renda fixa, reaplicando em Tesouro Direto, ficou com 4 mil reais depois de 30 anos… e o que ficou correndo atrás das melhores ações, investindo o mesmo valor apenas durante 5 anos teve apenas 1500 reais.

Tempo é dinheiro

A este ponto muita gente deve pensar: bom, então eu vou investir nas melhores ações… por 30 anos!

Em teoria, seria sim uma boa escolha. Mas este artigo é bastante simplista para o propósito de diálogo e clareza: já mencionamos que as complexidades no caso das ações é muito maior. O risco é muito mais controlado na renda fixa.

Dito isso, um outro ponto importante é o psicológico. Será que a gente REALMENTE terá a paciência e disponibilidade de tempo para ficar microgerenciando ações por 30 anos (incluindo o trabalho de manter os registros para fins de declaração de imposto de renda todo ano)? Será que compensa?

Essa é uma questão que apenas a gente pode responder. Tem pessoas que acham isso tudo muito divertido e incorporam o investimento como parte de seu estilo de vida. Mas é a exceção (e inclusive acredito que eles nem vão ler este artigo, pois ele é bastante básico).

Eu prefiro ter simplicidade e mais tempo pra curtir a vida e fazer outras coisas. E a maior parte dos meus clientes de coaching financeiro também pensa de forma parecida: já temos muitas responsabilidades no dia a dia para ter que diariamente ler os jornais e a seção financeira para saber qual ação vai subir ou cair.

Por isso é que me contento com a opção intermediária, ilustrada no exemplo simplista deste artigo como a renda fixa de 5% anual. Pois quando faço uma escolha de baixo risco, eu mando o dinheiro de forma automática e nem preciso me preocupar a respeito.

A boa novidade: é possível alcançar mais de 5% de retorno anual sobre o investimento… com tranquilidade

Quem entende os princípios da alocação de ativos sabe fazer composição de carteiras interessantes, que incluem algo geralmente no modelo 4-3-2-1: 40% em renda fixa, 30% em ações, 20% em fundos imobiliários e 10% em câmbio. Eu aprendi com o meu amigo Henrique Carvalho que algumas pessoas preferem desmembrar o 10% de câmbio, deixando apenas 5% de câmbio e mandando os outros 5% para ações.

Assim, uma carteira que tem 40% de renda fixa (Tesouro Direto e CDB em bancos menores), 35% em ações (empresas sólidas e ETFs das maiores empresas e também de empresas novas), 20% em fundos imobiliários e 5% em câmbio (Euro, Dólar e ouro) tem a tendência de uma rentabilidade superior a 5%. Lembrando sempre que a rentabilidade passada não é garantia futura, destaco que existem pessoas que conseguem rentabilidade de 9% ao ano. E com pouco stress, já que a alocação de ativos com rebalanceamento permite gerenciar tudo com pouca preocupação e trabalho.

Quer saber mais?

Se as ideias simples deste artigo parecem interessantes, a melhor forma de saber mais é assistir a aulas com o próprio Henrique Carvalho e outros educadores financeiros de peso no Brasil. O nosso curso reune o que existe de melhor no mercado brasileiro, com várias aulas, tutoriais e o passo a passo sobre como você pode entender melhor o seu perfil e fazer a composição de carteira de investimentos mais adequada a você.

Afinal, “o melhor investimento” não existe: se houvesse, todo mundo investiria na mesma coisa. O que é portanto fundamental é ter o auto conhecimento para entender nossas próprias prioridades, conforto com diferentes tipos e modalidades de investimento e fazer a distribuição para não deixar todos os ovos na mesma cesta, já que é uma cesta que temos que cuidar por várias décadas.

Para saber como dar o próximo passo, clique aqui e receba mais detalhes.

Sobre Seiiti Arata

Seiiti Arata é fundador da Arata Academy e autor do curso de enriquecimento financeiro A Classe Alta. Suas melhores orientações para produtividade pessoal foram condensadas no curso Produtividade Ninja. É também autor do curso de carreira profissional Duplique Seu Salário e no treinamento em empreendedorismo EmpreDig. Suas técnicas de aprendizado estão condensadas no curso Como Aprender Mais Rápido.

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